quarta-feira

Da série: Livramentos
Hoje, na volta pra casa, pouco antes das 19h, na rua principal do Garcia, uma estaca de ferro de um prédio em construção caiu em cima de mim.
Passou de raspão pelo meu braço esquerdo.
Sujou a manga da blusa, ralou o meu braço e a minha mão.
Eu gritei na hora. Mais pelo susto.
Todo mundo na rua gritou também.
Inclusive os trabalhadores da construção, que desdenharam do que tinha acontecido, falando que não precisava "tanto".
Fiquei com raiva do descaso, entrei num táxi, e fui numa delegacia registrar um BO.
Depois ainda fiquei quase uma hora no IML pra fazer o Exame de Corpo de Delito.
Não foi nada. Só dois raladinhos. Mas, por 20 centímetros, não caiu na minha cabeça.
Minha mãe havia dormido aqui e, na hora que eu saí de manhã pra ir trabalhar ela me disse "Deus acompanhe!", mas eu nem ouvi.
Ela passou o dia aqui. E agora, quando contei, ela me disse que quando saí pela manhã, sentiu um aperto no peito e passou longos minutos orando por mim.
E só agora, ouvindo o relato dela, que a minha ficha caiu.
Vou tomar banho, comer e dormir. Amanhã seguirei o meu dia normalmente.
Agradeço aos meus guias, meus anjos, meus deuses, meus orixás.
Agradeço à minha mãe pela intuição e oração.
Agradeço às pequenas belezas sempre presentes na minha vida.
Só agradeço.
Com toda a imensidão do meu peito.
Tudo continua intacto.
Então apenas, e agora mais consciente, agradeço.

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