Eu, que gosto mesmo de ler, e me arvoro a escrever, vou dividir aqui uma não-referenciada observação minha: tirando os textos técnicos e acadêmicos, os outros, todos os outros, têm que ser escritos com o coração na boca e a buceta na mão (ou 'pica na mão', para quem for de pica). O texto tem, nas suas primeiras frases, que agarrar quem estiver lendo pela gola da camisa. É meio violento mesmo! É um arrebatamento. Tem impulso e tem pulsão; tem veia latejando, tem olho esbugalhado, tem fio de suor escorrendo.
Os leves, os graciosos, os de análise, os densos, os engraçadinhos - qualquer que seja o tipo ou a finalidade -, um texto que a princípio não precisa ser lido, precisa segurar quem, por acaso, resolveu pousar sua atenção nele, naquele espaço que fica entre a garganta e o estômago. Lugar do oco humano, implorado por ser preenchido. Um bom escrevinhador sabe atingir isto...
É delicioso começar, despretensiosamente, umas palavras quaisquer e, de repente, se dar conta que elas te prenderam numa teia. Às vezes nem concorda-se com o que está sendo dito, mas aquelas letras vão te enredando num ritmo maldito, de onde não pode-se mais sair.
E eu não estou falando, necessariamente, de nomes reconhecidos da literatura. Eu estou falando de blogs de desconhecidos e postagens de facebook.
Textos que me olham nos olhos me dão um tesão da porra!
Sim, eu sou uma passional;
e a dança das letras têm sido a minha paixão mais duradoura.
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