quinta-feira

Eu vou lá, bato na porta do oráculo e peço sua opinião.
É uma forma de conseguir alento, e de sanar as dúvidas, e pedir orientação, e de ter uma decisão referendada. 
Acontece, que nos assuntos do amor, os orixás têm uma visão muito diferente da minha. Eles têm me pedido convivência, todas as vezes que eu vou lá dizer que estou prestes a sair correndo.
Desta vez me disseram "é hora de enxergar o outro". E eu, mais uma vez, não consegui.
Injusto demais, sinto eu, ter que medir palavras e viver em sobressalto, e ter que estar a provar um sentimento a todo momento.
Este texto é bobo, eu sei.
Talvez eu seja apenas uma pessoa muito egoísta e individualista.
Ou talvez eu não aceite de jeito nenhum que qualquer tipo de sacrifício seja necessário no exercício de partilhar a vida com alguém. 
Já repeti isso um sem número de vezes: dos preços a serem pagos, eu escolho pagar o de ficar sozinha. 
Estou chata, repetitiva; eu sei.
É preciso gastar os assuntos.
É preciso esvaziar a alma daquilo que está a lhe apertar as veias.
Eu não poderia seguir. Não poderia.
Sou mais heterossexual do que gostaria.
Sou mais doente emocionalmente do que imaginava.
E sinto um pânico paralisante de me perder de mim.

Não vou falar mais disto.
Vou mudar as cores do blog, vou reorganizar meu espaço individual e vou fazer terapia.

Viver é tudo isso.

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