sábado

Claro que eu conhecia a lenda. Mas era uma imagem que não aparecia na minha cabeça. Era um arquétipo que eu não associava. Porque a primeira coisa que vem à cabeça quando se pensa em Iansã, é o vento. O vermelho. A chuva. As tempestades.
Às vezes (e torço para que minha Oyá não seja das mais ciumentas...) eu me pego desejando outros atributos. Fecho os olhos, aperto as duas mãos com força e peço repetidamente: menos ventania, menos ventania, menos ventania.
Menos furacão.
Menos ciclones dançando entre si dentro da minha cabeça.
Mas o búfalo!
Gente. Eu nunca tinha pensado nele.
Búfalos são herbívoros.
E só lutam para se defender.
Muitos leões juntos são necessários para os abater.
São grandes e feios.
Sisudos e silenciosos.
Implacáveis, assustadores, fortes.
Como Ogum não se apaixonaria vendo que de dentro de um búfalo saiu uma mulher?
Aquela mulher.
Preciso me olhar no espelho com mais mistério.
Para identificar direitinho quando eu estiver sendo ela dentro dele, e quando eu estiver sendo ele dentro dela.
Que meu búfalo seja muito bem vindo!

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